Mulher Folha e Amante Fuligem

Elemento de um só nó

vida vivida na vertente

dessa transitoriedade latente

Lida de levar a vida

No compasso a passar

Por caminhos só de ida.

Anda a incerteza do amor

Por caminhos tão distantes

Que dispersam todas as luzes.

A paisagem não sabe dizer

Se poesia é árvore ou fruto

Mas ela está a brotar e crescer.

Folhagem e fuligem

O poema queima a paisagem

Até o gozo refrescar o corpo.

A poesia é mulher ou amante?

Homem sem história talvez?

O poema não guarda a memória

Ele faz a sua própria história

Sem palavras, traços ou riscos

O poema retoma ao giz-de-cêra

De uma infância de cores

Para aliviar as dores

De quem nesta arte

Será sempre aprendiz.

(Poema escrito em comemoração ao dia Mundial da Poesia - 21 de março de 2007 - entrada da primavera no hemisfério e do outono no hemisfério Sul e Dia da Árvore)

Brenda Marques Pena
Enviado por Brenda Marques Pena em 03/04/2007
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