Engate

Ainda jovem galante e sedutor

Consegui “engatar” uma miúda,

Era um bom traço, sim senhor,

Assim um pouco para o graúda.

Foi num autocarro de Lisboa,

Senti-me, confesso-o, vaidoso,

A miúda era mesmo muito boa,

Já previa um bom bocado de gozo.

Sentei-me mesmo a seu lado,

Senti o seu corpo, um calor,

Saímos no local por si indicado,

Não hesitei, segui-a sem temor.

Entrámos num pequeno apartamento,

Conduziu-me logo ao quarto,

Disse-me: “Espera um momento

Enquanto eu preparo o acto”

Pude apreciar a cintura evidente

E um bumbum bem recheado,

O seu peito era bem saliente,

Senti-me um verdadeiro privilegiado.

Tirou a blusa, desapertou o sutiã,

Senti um baque dentro de mim,

Apeteceu-me gritar pela minha mamã,

Ainda nunca tinha visto nada assim.

As suas mamas, sem exagero,

Chegavam-lhe até bem ao umbigo,

Senti crescer em mim o desespero,

O que estava a acontecer comigo.

Abriu o fecho, desapertou o botão:

“Ajuda aqui um pouco, meu filho”

Deixou cair as calças pelo chão,

Ficou com a cinta e com o espartilho.

Aquilo não me estava a acontecer,

Só me apetecia era fugir dali,

Tirou a cinta, era gordura a nascer,

Ai meu Deus, o que ia ser de mim.

“ como é que te chamas meu querido”

Eu, eu, eu sou o Francisco,

“ Ah, vais ver como vai ser divertido,

Vais adorar aqui este teu petisco.”

Sim, sim, eu adivinhava que ia adorar,

Onde é que eu me tinha metido,

Jogou-se sobre a cama, ouvi-a estalar,

“ Deita-te aqui a meu lado, querido”

Acabei por satisfazer o seu desejo,

“ Ah meu querido, ah meu Francisquinho,

Deixa-me cobrir o teu corpo de beijo”

Pois sim, e tu deixa-me mexer um olhinho.

“Querido, tu achas que eu sou gorda,

Tudo isto é apenas formosura,

Quero ser tua, entregar-me toda,

Quero ser todo o sol da tua loucura.”

Agora, que muito tempo é passado,

Já não me sinto assim tão audaz.

Ainda hoje me sinto todo amassado,

Doutra assim, eu, não seria capaz.

Francis Raposo Ferreira

FrancisFerreira
Enviado por FrancisFerreira em 01/04/2011
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