"Poeta maluca"

Poeta maluca

Sou a poeta maluca

Sou a doida do poetar

Dos sonhos e do luar

Vou rimando a vida afora

Botando as palavras pra fora

Querendo somente sonhar...

Abraço sonhos, cantando

Vejo sorrindo os enganos

Na luz das trevas, do amor

Canto minhas cantilenas

Vivo minha vida serena

Piando como beija-flor...

Sou, sim, doida varrida

Chove, vejo o sol raiar

Das trevas o maior luar

Das dores, espero amanhãs

Tropeçando pedras cortantes

Não doi, deixo a vida me levar...

Sou a azucrinada serena

Aquela poeta pequena

Que faz da lua luar

Vendo as flores, sorrindo

Lindos perfumes, surgindo

Nos ramalhetes do amar...

Quando me espio por dentro

Com meus olhos rasos d'água

Deixo fluir meus queixumes

Vejo da vida os ciumes

Que teimam em me sufocar

Mas na magia dos versos

Me embalo logo a sonhar...

Tonta de tanta loucura

Só vejo cantante o amor

Debocho dos desenganos

Pois recitando e rimando

Esquecendo o dissabor

Vivo em versos, sem dor...

Vejo muita gente na espera

Com cotovelos na janela

Esperando tudo acontecer

Na ânsia do desespero

Sufoca o mundo inteiro

Fazendo a gente gemer...

Deixo a vida me levando

Eu, sorrindo, chorando

Vou até me tropeçando

Mas a felicidade reside

Ver o amor, chegando

Sorrindo, me acenando...

Myriam Peres

Myriam Peres
Enviado por Myriam Peres em 27/07/2005
Código do texto: T38045