F.li.tr! ... ... ... como voz de flauta

.

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A flauta transversal...

Metal epidermico, baço,

um tisnado gasto,

um ar a dar pró escangalhado

que parece contar serenamente

uma história antiga,

talvez dramática, de como ganhou

aquele sujo-límpido da veterania

o baço-pálido dos abandonos.

Parece, também, que ri

ao proclamar-se: Ff_Lliii_Ttrrr!

Flauta da Liberdade Transversal.

E ri, de facto, à gargalhada

e à sua volta fazem coro a rir

as novas amizades desta estação.

São mesmo a ultima geração

de Botões de Rosa - povo floral

de um arbusto tão vulgar,

e para onde pode ser atirado

ao abandono um objecto velho

uma coisa quase sem sentido(s).

Exactamente, escangalhada !

E um som de facto "Flitr"

mistura-se agora na brisa.

Um concerto para solista e coro

para o deleite exclusivo

da vizinhança:

Tudo boa bicharada .

para eles é ouvir magia

um som algo feminino, um canto

com notas de um aroma melódico

de pequenas rosas como...

Exactamente!, ...como cristais.

E a brisa revolve-se

entre galhos, folhas, rebentos

e na transversal de uma flauta

em efeitos únicos de liberdade

em linhas ondulantes

de uma coreografia translúcida

de coloridos e perfumes

Exactamente!, ...almiscarados.

Só para bichos pequeninos

e aluados pela noite.

Pois é! Às vezes,

quando acontece o sublime,

não é para humanos.

E pode parecer um facto banal

num mero cenário nocturno.

Exactamente! ...Mas exclusivo

de uma flauta escangalhada

bem no meio de um arbusto

e para um grupo restrito

de bicharocos encantados.

Tudo lindo de simples!

Exactamente! ...Mágico.

E a gente só pode imaginar

que o sublime aí acontece.

Pois imagine-se_________________________ Flitrrrr !

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LuMe

27/5/98

Luis Melo
Enviado por Luis Melo em 11/06/2018
Código do texto: T6361583
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