A arte dos [não tão] ilógicos encontros

Vamos marcar um encontro
[A gente precisa de se conhecer]
E, como sempre,
Eu estarei alegre,
Divertido,
A andar pra lá e pra cá,
Mostrando minhas meias claras
Que é para combinar,
Com a cor dos seus olhos
Resplandecente em azul,
Como o infinito dos céus,
Ou, como aquele “azul
Da cor do mar” ⁷de Madagascar
E o que diremos então?
Que “tinha uma pedra no meio do caminho”,¹
Ou que “ouviste estrelas” na noite profunda?
E depois, de tanto abraço,
“Vamos visitar a estrela da manhã raiada”,²
E, “como dois cisnes,
De alvacentas plumas”³
Nadar, sonhar,
Pela madrugada
Até quem sabe, um dia
Deixar cair
Nossas máscaras
Mas, para isso, tu hás de sentar, em silêncio
“Um pouco longe de mim”⁴
E assim,
Sorriremos um para o outro
“Graves, como convém a um deus
E a um poeta...”⁵
 
Maringá, Primavera de 2017
 

Citações:
¹ “No Meio do Caminho” – Carlos Drummond de Andrade
² “Viagem” – Paulo César Pinheiro
³ “Cisnes” -  Júlio M. Salusse
⁴ “O Pequeno Príncipe” – Antoine de Saint-Exupéry
⁵ “O Guardador de Rebanhos – VIII” – Fernando Pessoa (Alberto Caeiro)
6 “Ou que ouviste estrelas na noite profunda” – “Ouvir estrelas” – Olavo Bilac
⁷ “Azul da cor do mar” – Tim Maia