RIO QUE DESÁGUA

Minha doce cabana

Meus olhos embebecem

Dando alegria ao leito

Trazendo risos na alma

Eu rogo as loucuras

Da varanda seminua

Suavizando o perfume

Das manhãs vividas

Aclamando a memória

Dando forma a beleza

Eu anseio cantar as ondas

Do rio cortando meu luar

Sou do mato,

Sou matuta,

Sou delírio,

Sou poeta.

Estimando meus mistérios

Dando liberdade a vida

Despindo minha cabeça

Marcando presença

Na cortina da relva

Beijando meus anseios

Eu busco nos delírios

A emoção que preenche

Dando formas aos sentidos

Do rio que deságua

Sou do mato,

Sou matuta,

Sou delírio,

Sou poeta.

Meu coração aquece

Buscando as ondas do mar

No pulsar jorra no peito

Momento sublime eloquente

Dando forma ao pulsar

Resgatando a memória

Das marcas plantadas

Neste corpo que aflora

Sedução que envolvem

Minha vida quase louca

Na santice que me acolhe

Sou do mato,

Sou matuta,

Sou delírio,

Sou poeta.