Um abraço

Estamos separados por um segundo se tanto,

no entanto por milhares de quilómetros de fibra óptica

Queria eu ser luz e percorrer todo este espaço

Ainda a tempo de lhe dar um abraço

De enxugar as lágrimas que sobram em seu rosto

A tempo de atrair a mim seu desgosto, sua atenção

Olhar em seus olhos e partilhar consigo a expressão

Neste momento em que suspira queria eu ser,

Não o ar que expira, mas o ar que ao entrar lhe trará alivio.

Ser eu a devolver ao seu rosto niveo o rubor de outrora

Lhe cobrar um sorriso sem pudor como se cobra esmola.

E sem demora lhe beijar ao de leve a face e ao fazelo

Sentir nesse preciso e breve enlace o desenlace do novelo

Esse novelo que mesmo que embrulhado o mais que fosse

Se desfaz num beijo como, na boca, algodão doce.

Aí pegaria numa ponta, voçê numa outra

E lhe diria "até já" como quem diz que volta.

TrabisDeMentia
Enviado por TrabisDeMentia em 25/07/2006
Código do texto: T201756