tudo aquilo que perdemos
Te puxo para um abraço forte
que não dura:
nossos corpos desajeitados
repelem-se.
E nossos olhos enxergam
abismos
países
planetas
distâncias
que sempre doem.
Te dou um sorriso
recebo um em troca,
entretanto espelhos seriam mais convincentes...
é como se alguém estivesse batendo fotos de nós dois.
Te escrevo um poema
que parece uma conversa
daquelas que mudariam o rumo das coisas,
mas nós já não temos o que dizer.
Queria falar que me sinto melhor
e ver o que a distância fez com o seu rosto,
com a sua voz
seu cabelo
seus gostos
com todos os palavrões habituais.
Eu deveria saber
que aqueles que partem
não voltam
porque voltar nos faz ver
tudo aquilo que perdemos.