Orquídea da Razão

"Razões Fortes originam acções fortes"

Um dia escrevi sobre o duelo razão e coração...Alguém me respondeu que o coração deveria sempre vencer a razão, e quem me disse isto foi um dos seres mais racionais que conheço...Estranho?!? Ou talvez não?!? Talvez simplesmente seja o desejo recalcado de se ser aquilo que na verdade não se é...Ora meu amigos hoje a temática é razão e acção...O que será que vai sair daqui...A ver vamos...

Acções Fortes podem ser novelos de lã

Correntes de silêncio que nos envolvem

Ou então palavras loucas que nos consomem

Quem sabe serão momentos vividos

Histórias presas de uma alma cansada

Desejos que o tempo apagou

E a vida não esquece

Razões fortes são corações ausentes

Lembranças permanentes mas frias de solidão

Presentes que se tornam passados

Passados que geram futuros envoltos de orgulho

Futuros que não sabemos o que trarão

E assim continuamos seguindo

O rasto cândido e plácido

Da fragilizada existência

Dos sentimentos e das emoções

Afastamento ou proximidade

Quem escolhe é o coração

E de que vale a razão

Se o que importa está cá dentro

A pulsar ou a descansar

Vivo ou adormecido

Para um novo respirar

Repleto de uma nova essência

Aflita e ansiosa por brotar

Do peito inquieto e ansioso

Cansado e teimoso

Por nunca ser capaz de mudar

No duelo dos 'aõs'

Eu escolho o coração

Porque com ele absorvo a mente

Sofro mas sinto com a alma

Choro mas rio por dentro

Pela verdade que alimento

Que vence as barreiras irónicas

De uma razão programada e sem graça

Espinhosa e cheia de mágoa

Não...Eu escolho o coração!

Ele é capaz de absorver o rancor

De dar um sorriso a quem tem dor

De alimentar as mais doces ilusões

De pôr fim ao sonho ou à canção

Guardando sempre uma réstia

Do que sempre se sonhou

E jamais se encontrou

Força...Acção...Razão...

Ai o meu coração

Cansado de lutar por um ideal

Mas nunca vencido ou desiludido

Talvez o defina como um soldado

Que na frente de uma batalha diz

"Liberdade para ser feliz!"

E assim os dias passam

Correm velozes como um cavalo

Que nascido no campo se sente feliz

Ao cavalgar pelos prados

Verdejantes e macios

Onde os seus cascos deslizam na imensidão

A mesma planicie vasta

O mesmo mar imenso e belo

Que alimenta a minha magia

A mais tenra e doce nostalgia

Ternuras da minha emoção

Levem as túlipas mas deixem as pétalas

Roubem as asas mas não tirem as cores

Protejam-se com anjos mas deixem-nos livres

Porque as pétalas são o símbolo da Vida que existiu

As cores são a alegria da alma

Os anjos a presença invisivel

Que alimenta o coração solitário

Mas acima de tudo...

Porque é possível viver sem asas

Sem caules que sirvam de suporte

Sem as auréolas dos tão amados anjos

Mas é insuportável prescindir

De todos aqueles que AMO

Porque são o perfume, a beleza e a paz

Que acalma a minha realidade

Abençoa o meu caminho

Com baladas celestiais

E caminhos divinais

Vocês sim, são RAZÕES FORTES

Que exigem ACÇÕES FORTES

Sonya
Enviado por Sonya em 26/09/2006
Reeditado em 30/07/2008
Código do texto: T249957
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