Pedaços Esquecidos!

Faz hoje um ano que iniciei um ciclo importante da minha vida, que passou como tudo na vida, mas que por ser especial me obriga a deixar aqui escrito estes singelos versos.

São para a SGM e para aqueles que lá ficaram...

Hoje escrevo no passado o início

Uma avalanche de sentimentos e de momentos

Que passado o tempo fazem história

Apenas na memória de quem os viveu

Pedaços Esquecidos...

Talvez ninguém se lembre da menina

Nem do sorriso que mantinha

Reflexo da felicidade que sentia

Quando alguém chegava e lhe dizia: "Bom dia!"

Pedaços Esquecidos...

Ruínas feitas de cinzas trabalhadas

Vidro tanslúcido e incandescente

Para mim diamante do mais alto brilho

Cada um vê o que sente e o que entende

Porque o Amor nasce dos corações

Pedaços Esquecidos...

E tudo o que passou ainda é presente

Quando vejo as duas chaminés que cantam

Com fumo branco a história de centenas de vidas

No meu quarto ainda existem os modelos

As garrafas, as lembranças, as vivências

E no coração moram as presenças

Que teimam em não fugir...

Pedaços Esquecidos...

Recordo os Lírios de Saudade no estacionamento

Os cafés da manhã e do almoço

Mas acima de tudo sinto a falta de alguns

Do convivio que se perdeu

Das brincadeiras que os messes arrastaram

Para o fundo do poço da ausência

Pedaços Esquecidos...

São fragmentos de informática

Conhecimentos partilhados

Argumentos defendidos

Sorrisos de afinidade

Conhecidos e Amigos

Pedaços Esquecidos...

Talvez para alguns

Mas não para mim que cruzo a ponte

Sem conseguir esquecer-me de ver o fumegar

Sem me sentir no interior

Das garrafas alinhadas para a produção

Das paletes organizadas para a distribuição

Do vidro incandescente à espera de conformação

Pedaços Esquecidos...

E os sentimentos?

Peças inteiras de nostalgia

Quando cruzo os portões à distância

E me sinto uma estranha

Num mundo que em tempos foi meu

Quando relembro com saudade as jornadas

E as promessas que algures por aí

Roubaram o meu coração

Pedaços Esquecidos

Folhas soltas da minha existência

Lacunas que alguém preencheu

Espaços que alguém ocupou

Vivências que quem quer que seja roubou

Mas que moram em mim eternamente

E nenhum ladrão de tesouros

Dulcineias ou fadas esbeltas

Conseguirão retirar de mim

Pedaços Esquecidos...

Sonya
Enviado por Sonya em 06/10/2006
Reeditado em 30/07/2008
Código do texto: T257897
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