COTIDIANO
COTIDIANO
FLAVIO MPINTO
Ando cansado da vida
De ser, não ser
Escolher
De correr, parar
Descansar
De rir, chorar
E lamentar
De cair, levantar
E reclamar.
Ando cansado
Mas aos poucos me recupero
Jogando duro contra o que não quero
E não me desespero
Apontando ao futuro
Com reflexos no agora.
Mas não ando farto da vida.
Não sei, mas com certeza,
Com o desencanto do que deixei
De ser, não ser
De fazer
De dizer, não dizer
Desdizer.
Como não vivo a reboque
Das situações da vida
Dos atropelos da lida
Que tanto me fazem crer
E acreditar
Que com a luz que recebo de ti
Isso me faz viver.