O meu Sangue

O meu sangue

Ela veio tão quente e forte em minha direção

Eu não quis evitá-la a desviar meu corpo

Enfrentei-a corajosamente colocando à frente minha cabeça

Para evitar o tento e o grito engasgado do cidadão que apostara

Minha seca cervical sustentou a pedrada por hora

O sangue aquecido aliviava a dor deveras

E pudera me levar a outras façanhas dentro da arena

Para que eu pudesse mais tarde contar a minha história

No encerrar do evento houve lamento do dono da farra

Que não esperava a falta dos socos nos ares de seus matadores

Dominados pelos senhores do empenho a favor do encanto

A se uniformizar de um manto suado de garra

E o oponente enfim estendeu a mim a sua mão confrade

A deixar para trás toda rivalidade no convite à resenha

E a senha era a idade dos meus cabelos brancos

E a saudade era morta vagarosamente pela felicidade do encontro

O recordar das peripécias aprontadas pelo destino dos papas

Favorecia as gargalhadas dos que vieram depois do tetra

A ouvir nossa memória, a nossa estória

Era como se fosse a reprodução de uma fita de videocassete

E o tempo trouxe a tarde para que terminasse a minha emoção

E o sangue esfriara em meu corpo e minha cabeça estava a latejar

Era o esforço daquela jogada ao enfrentar aquele corpo envenenado

Que vinha em disparada a querer furar as mãos do meu guardião

Voltei doce aos meus e contei o júbilo e não a dor que deveras sinto.

Ed Ramos
Enviado por Ed Ramos em 27/04/2018
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