TÁRCIA

Olhar pra ela é como atravessar poesia

pela janela olhar assim, ensimesmado

sabendo que o sol da primavera brilha

por traz da névoa a encobrir meio dia

Viro a página de onde o verso escapa

antes colado ao brilho do sorriso dela;

se alcanço a magnitude dessa pessoa

a voz ativa da mulher altiva me alcança.

Descanso no papel o verbo corresponder,

descanso do cansaço o trivial esmorecer

e me pergunto: quem é ela?

Mas se pergunto não sei dizer.

Sei sem saber que dela emana um sol

e a pele da minha alma se reconhece

diminuta diante do poder de Tárcia

só comparado a um eterno alvorecer.

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Baltazar Gonçalves

Baltazar Gonçalves
Enviado por Baltazar Gonçalves em 27/10/2018
Código do texto: T6487481
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