Revolução amordaçada

Tenho pena

Quando meio mundo se junta

A pedir a libertação

De um povo

Não pelo povo

Mas porque ele mora

Em cima de uma riqueza

A que esse meio mundo

Quer deitar a mão

Enquanto o outro meio

Se une

Para essa riqueza continuar a pilhar

Enquanto os outros povos

Por esta jogada de potências

Se deixa enganar

Acreditando realmente

Que os donos do mundo

Querem esse povo libertar…

Tenho pena

Dos velhos ideais

Que morreram

Ou que deixámos morrer

Porque quem realmente manda

Determinou

Que eles já não fazem falta

Ideais

Que nos diziam

Que a Civilização só faz sentido

Quando a Liberdade

A Igualdade

E a Fraternidade

Forem as leis supremas

Que ninguém deve colocar em causa

Tenho pena

Que já não haja malta

Que se revolte

Ou que apenas se atreva a reafirmar

Que somos nós

Que em nós devemos mandar

Que somos nós

Que as ruas devemos incendiar

Quando a Liberdade

Nos quiserem tirar

Quando sentirmos que a Igualdade

É uma palavra

Que querem proibir

Quando a Fraternidade

Estiver em perigo

De se extinguir…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 27/01/2019
Reeditado em 27/01/2019
Código do texto: T6560745
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