Revolução amordaçada
Tenho pena
Quando meio mundo se junta
A pedir a libertação
De um povo
Não pelo povo
Mas porque ele mora
Em cima de uma riqueza
A que esse meio mundo
Quer deitar a mão
Enquanto o outro meio
Se une
Para essa riqueza continuar a pilhar
Enquanto os outros povos
Por esta jogada de potências
Se deixa enganar
Acreditando realmente
Que os donos do mundo
Querem esse povo libertar…
Tenho pena
Dos velhos ideais
Que morreram
Ou que deixámos morrer
Porque quem realmente manda
Determinou
Que eles já não fazem falta
Ideais
Que nos diziam
Que a Civilização só faz sentido
Quando a Liberdade
A Igualdade
E a Fraternidade
Forem as leis supremas
Que ninguém deve colocar em causa
Tenho pena
Que já não haja malta
Que se revolte
Ou que apenas se atreva a reafirmar
Que somos nós
Que em nós devemos mandar
Que somos nós
Que as ruas devemos incendiar
Quando a Liberdade
Nos quiserem tirar
Quando sentirmos que a Igualdade
É uma palavra
Que querem proibir
Quando a Fraternidade
Estiver em perigo
De se extinguir…