Fernanda
Do silêncio, do nada, da morte em vida,
Voltei, pois assim foi possível,
Assim me encontrei, perdido?
Quem sabe, no reencontro, do não adeus...
Mas de volta, sem precisar chegar.
Que saudades, de ti, de mim
Dos nossos papos, das varandas virtuais
De volta, meio torto, atordoado
Pelo tempo, da diferença, do agora
Voltei, sem cartas, sem novidades
Voltei pela saudade, voltei por ti...
Como precisava, rever o que nunca vi
Ler o que guardei, nunca li...
Estou assim, com saudades, sem sentir
Sem verdades, mas também sem mentir
Como é bom, receber o que não foi dado
Devolver o que não foi tomado,
E por um instante dizer...
-Eu sobrevivi, sem querer,
Sem sentir, sem morrer, pois vivi
Vivi da saudade, do momento abstrato
Mas de volta, longe do sangue,
E muito perto de ti...