Fernanda

Do silêncio, do nada, da morte em vida,

Voltei, pois assim foi possível,

Assim me encontrei, perdido?

Quem sabe, no reencontro, do não adeus...

Mas de volta, sem precisar chegar.

Que saudades, de ti, de mim

Dos nossos papos, das varandas virtuais

De volta, meio torto, atordoado

Pelo tempo, da diferença, do agora

Voltei, sem cartas, sem novidades

Voltei pela saudade, voltei por ti...

Como precisava, rever o que nunca vi

Ler o que guardei, nunca li...

Estou assim, com saudades, sem sentir

Sem verdades, mas também sem mentir

Como é bom, receber o que não foi dado

Devolver o que não foi tomado,

E por um instante dizer...

-Eu sobrevivi, sem querer,

Sem sentir, sem morrer, pois vivi

Vivi da saudade, do momento abstrato

Mas de volta, longe do sangue,

E muito perto de ti...

Paulo Raven
Enviado por Paulo Raven em 14/02/2019
Reeditado em 24/09/2019
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