Para um amigo
Ó meu velho amigo
Em dois somos tão poucos
Mas há tantas pessoas
Em seus olhos tristes
Então deixe-me viajar
Para um lugar antigo
Onde encontramos
Amores de verão
Para homens de inverno
Em cada linha
Que liga seu corpo
Um traço de liberdade
Que nunca sonhara
Quando esmagam
Qualquer vida em possibilidades
Ainda algo pode renascer
Fertilizado em cinzas
Caminhando trilhas de fungos
Ou caídos em aquém
Ainda somos desta terra
Os filhos das minhocas, do mato,
Dos musgos, e de tanta gente
Que não se conta em números
Apenas se acompanha numa corrida
Sem uma data fixa que a encerra.