Ausência
Ausência
Não sei o que mais fere
a ausência de um aceno,
a indiferença de um olhar perdido,
ou mesmo a voz constrangida que se cala diante desse amor
em súplicas .
Se aquele olhar sobranceiro
não é capaz de enxergar meu clamor desesperado,
desisto de buscar motivos
para insistir nesse amor que mais
machuca do que satisfaz.
A teoria desse amor que nos revela gentes, diz menos que as palavras que saem em euforia de minha boca,
fluidas como a chuva que desvirgina a nuvem pardacenta.
Guiadas pelo coração ou pelo
desespero da tola que mergulha em hesitações,
e sorri da expectativa do reencontro, depois de praguejar, vigorosamente, a sua ausência.
Elza Sales