LONGE TÃO PERTO

Não me peças que permaneça junto a ti,

Sinta que eu sou breve como a brisa,

Hóspede do instante e ocasião,

De momentos que se esvaem.

Não alimentes a minha permanência perene,

Pois quando tudo por demais se prolonga,

o que era luz desfaz-se em armadilha do tempo

Não me queiras eterno

E quando eu me for,

Não veles o meu corpo ausente.

Perceba que a nossa amizade continua

Nas reticências de cada meu partir.

Cotinuará na lua nova, no corolário do

arco-íris, no papo de bar, na ênfase do

estadista, na queda do corrupto, na criança

que nasce, na máquina do redator, no conto do

hístoriador, no ontem, no hoje e no amanhã e sempre.

Jaubert

Jaubert
Enviado por Jaubert em 03/03/2008
Código do texto: T884932