Talvez seja a chuva...
Ah, quem dera não desejar estes mares
de ondas que oscilam em quereres,
de suspiros e desejos,
traduzidos por toques e olhares...
Distante se faz o tempo
de eras leves e felizes,
quando éramos ternos
e jovens aprendizes.
Onde deixei o amor?
Talvez, esquecido nos meus lamentos
entre as lágrimas da solidão
de noites vazias, sem calor.
A saudade é constante, nostálgica...
Saudade da adrenalina,
de sorrir por nada,
cantarolar versos sem rima.
É inverno neste coração,
neste corpo que aguarda
para ser primavera e verão,
sublimar nas águas do prazer,
arder no fogo da paixão.
Talvez seja a chuva que cai lá fora,
molhando com pingos ruidosos a vidraça,
fazendo-me sentir a hora,
a noção do tempo que passa,
sentir o desejo do amor
querendo voltar para casa...