Café Poético
Sentei perto da janela cujas vidraças
eram azuladas e escuras,
senti-me engarrafado na champanha
viciosa servida junto aos teus lábios.
Pedi ao garçom um café
quente e sincero.
Senti o aroma adocicado e erótico
da mulher ao meu lado esquerdo.
Ela falava frases curtas de um Inglês arrogante,
fumava jóias falsas
e vestia seda de seios pulsantes.
Terminei minha bebida,
já estava fria e suicida.
Fiquei mais um instante.
Pedi a conta e rezei tua volta.
Sentir o lugar não era mais humano.
Precisava de mais um café.
Mas devia vir poético e eterno
Feito o preto dos teus olhos…