Café Poético

Sentei perto da janela cujas vidraças

eram azuladas e escuras,

senti-me engarrafado na champanha

viciosa servida junto aos teus lábios.

Pedi ao garçom um café

quente e sincero.

Senti o aroma adocicado e erótico

da mulher ao meu lado esquerdo.

Ela falava frases curtas de um Inglês arrogante,

fumava jóias falsas

e vestia seda de seios pulsantes.

Terminei minha bebida,

já estava fria e suicida.

Fiquei mais um instante.

Pedi a conta e rezei tua volta.

Sentir o lugar não era mais humano.

Precisava de mais um café.

Mas devia vir poético e eterno

Feito o preto dos teus olhos…

Fabrício Pires
Enviado por Fabrício Pires em 10/06/2008
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