Você

Você,

Que cavalgou no vento

Que congelou meu tempo

Que deixou relento

Que se fez megera

Que engoliu as feras

Que semeou a guerra

Que nublou o céu

Que tomou meu mel

Que derramou o fel

Que me tocou os pés

Que esculpiu cinzéis

Que transformou viés

Que me tomou dos vinhos

Que desviou caminhos

Que tombou moinhos

Que adorou apego

Que me fez pelego

Que não me deu sossego

Você.

Fábio Pirajá
Enviado por Fábio Pirajá em 11/07/2008
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