Você
Você,
Que cavalgou no vento
Que congelou meu tempo
Que deixou relento
Que se fez megera
Que engoliu as feras
Que semeou a guerra
Que nublou o céu
Que tomou meu mel
Que derramou o fel
Que me tocou os pés
Que esculpiu cinzéis
Que transformou viés
Que me tomou dos vinhos
Que desviou caminhos
Que tombou moinhos
Que adorou apego
Que me fez pelego
Que não me deu sossego
Você.