Ela
Ela
Minha Messalina é inocente, quase menina.
No entanto, quando me caça
é devassa, assassina.
Minha sina é amá-la
por ser terrena e tão divina.
Minha amada, luminosa fada
é carcereira e submissa.
Essa quase divindade
é inteira, não metade
da minha missa.
Seu encanto é tanto
que dura vidas já vividas
e deixadas para trás.
São páginas já lidas
da história que a gente faz.
Mauro Gouvêa
10/08/2004