QUEIMEM OS POETAS

Queimem todas as poesias que já leram,

Elas não servem mais,

Joguem fora todos os livros,

Eles não servem mais.

Assassinem todos os poetas,

Eles são mentirosos,

Eles não sabem do que falam,

São um bando de frustrados.

Joguem fora o português gasto,

Engane seus sentimentos,

Fuja de si próprio,

E nunca mais volte.

Repito,

Queimem todas as poesias que já leram,

Matem todos os poetas.

Uma vez li uma poesia,

Nela falava que o amor era um abstrato concreto,

Mentira! Queimem a poesia.

Um poeta me disse que era verdade,

Mentira! Matem esse poeta.

Pois, ao perder meu amor,

Queimei meus poemas,

E estou matando-me por dentro.

As poesias eram para ela,

E no poema que sou,

Uma simples lágrima verdadeira.

Sem acrósticos, sem rimas,

Sem sonetos, sem letras,

Um branco polvilho,

Uma névoa.

Um nada.

Nada.

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Rafael Samgaby
Enviado por Rafael Samgaby em 13/10/2008
Reeditado em 12/02/2010
Código do texto: T1226410