Ventos de Março
os músculos e a carne, dançam emudecidos
transbordando sincopadas orbes pelos poros
é a doença no seu estágio mais audivel
encavalando os nervos, deslocando os polos
enviando luzes, abraçando os corvos
rangindo as cortinas junto ao sangue quente
gravando mantras de ódio numa superficie rústica de parede
mastigou por vezes o frasco sem cor
trancou as palpebras em uma equação sonora
que não saltou da boca, mas ventou entre os cristais
a segunda lua nasceu por detrás da cama
e o envolveu num sono livre de humanidade
era a a contradição, retificando a contra-capa
enquanto o sol engolia as dores
~e as nuvens filtravam a terra~
são apenas flores -disse, com os lábios soltos-
amarrotadas em solas (correntes)
pulsando como molas (incoerentes)
e protestando,
ungidas em rosas e abiotos:
((garotos, serão sempre garotos))