Ocaso

Ao ocaso de minha vida

Paro e penso comovido

No que outrora foi tudo

E hoje nem faz sentido.

Nesse apagar de luzes

Que vi o homem criar

Nas guerras sem vencedores

Que levam o mundo a chorar.

Vi sonhos belos desfeitos

E lindas promessas esquecidas

Pessoas buscando máquinas

Com medo da própria vida.

Procurei um mundo novo

Onde pudesse encontrar

Gente de alma elevada

Conjugando o verbo amar.

E debruçado ao teclado

Num “diálogo” sem som ou imagem

Vi legendas coloridas andando de lado a lado

E símbolos de risos e sofrimentos , num oceano de saudade.

Vi horas passando rápidas

Sem perceber se era noite ou dia

E a vida que um dia tive, já não mais me pertencia

Pois interagir com o novo “mundo” era só o que queria.

Fiz amizades serenas, tímidas, felizes e engraçadas

Outras mergulhadas em ódio e preconceitos

Por serem sós ou talvez, nunca terem sido amadas

A tudo assisti pasmado e nunca entendi direito.

E fui girando na roda de um turbilhão de incertezas

Vi gente pregando solidariedade

Dizendo coisas elevadas de mais profunda beleza

Mas...Que ao serem chamadas a servir...

Deram adeus a sua "nobreza".

Fui confessor, companheiro, em noites de solidão

Também fui um triste palhaço de um circo sem picadeiro e sem qualquer afeição...

E calei minhas carências abrindo meu coração

Vi confundirem minha alegria, com desrespeito e perversão.

E finalmente cansado, frustrado, desanimado, confuso em minha razão

Desliguei a quem julgava em meus devaneios e solidão

Ser mais que um "amigo" quem sabe até um "irmão".

Mas que na verdade nada mais é que uma fábrica de ilusão.

E liberto de meus sonhos pude novamente descortinar

A beleza que me cerca e me aceita com todas imperfeições

Sem nunca nada cobrar, simplesmente como sou...

Simplesmente por me AMAR.

Site do autor:

www.LuzdaPoesia.Com

FalcaoSR
Enviado por FalcaoSR em 02/05/2005
Reeditado em 09/04/2010
Código do texto: T14240
Classificação de conteúdo: seguro
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