Amor, ainda.
Aqui, na hora quente da noite
No quase dia, no ofício ingrato de encontrar palavras
De decifrá-las
Torná-las menos vazias
Enchê-las de significados
Sentidos alados de inspiração
Alguma emoção
Quem sabe até poesia?
Falar de amor com insistência
Veemência
Então talvez o medo de que ele exista
Supere o temor de sua inexistência
Duvidar talvez seja minha tendência
Sou inquieto, insatisfeito
Eu quero o fruto proibido
O santo cálice, a quintessência
Minha maldição é querer!
Faz-me continuar a crer
Continuar a buscar o que não posso ter
E nem ao menos tocar
E por enquanto
Como que por encanto
Eu digo que espero, te espero
Só não demores...tanto
Meu amor, ainda
Temos, quem sabe, tempo
Mas tudo finda, perde a cor
Ainda, amor.