O renascimento
Das cinzas fez-se o pó,
Do pó fez-se a imagem e
Da imagem germinou a semente,
Nascendo então a criatura.
Assim como
Da solidão fez-se a procura,
Da procura fez-se uma doce amizade,
Nascendo dela um sentimento indescritível.
E, entre portas abertas, não existia o que conquistar ou ser conquistado e não se fez sedução, nem tampouco sedutor,
Existia sim apenas um coração que se fez ermo e,
Vagando pelos mares, houve alguém que sonhou e viveu as delícias da ternura.
Agora, nada resta senão o vazio, o sentimento de que em nada fez diferença e nada tocou.
Então a morte espreita, não a do corpo ou dos pensamentos,
Mas a falência da alma e ilusão da busca da felicidade.
E, pelas portas ainda entreabertas, sopra ao vento a escuridão do amorticídio,
Expressão inexistente no vernáculo,
Que apenas traduz a necessidade de morrer ou matar um sentimento inigualável,
Ou permitir que a fantasia, que o anjo alado dos sonhos, conduza ao paraíso perene.