AMOR MEDIEVAL
O que amas? Em mim
Nada é poderoso. Há, sim,
Meu amor vigoroso.
Tu olhas-me? Confunde
A sombra e meu corpo.
Estou morto.
Na igualdade do poço
Àgua é sombra. Não pude.
Vens amar-me? Não devias
No desvario fazer pouso.
Sofro por vê-la em gozo.
Mas até ontem, por dentro rias.
Te alucino? Cara vã dama
De sombrinha. Não enxote
Minha gula serena. É chama.
Faço-te mal? Ulisses.
Não quero ter-te. Assombrada
És incapaz de delírios. Manchada
Estás por atazanar-me. Tolices.
Mas amo-a com a ponta da espada. Em chamas
Não há água dos mares que me possa apagar. Eu
Sou cavalo vencido na correia do amo. Teu
Amor põe-me na selva do gozo infinito. Nas camas.
Preto Moreno
Preto Moreno
Enviado por Preto Moreno em 11/05/2006
Código do texto: T154329