Amor distante

Guardo ainda nos lábios o calor febril dos beijos mais doces que imaginei,

Na pela, o toque das mãos acariciando e entorpecendo,

O roçar dos corpos com a lua à espreita.

Lembro das palavras carinhosas ditas ao vento,

Da troca de olhares na madrugada escura.

Sinto saudades do teu sorriso aberto, do riso desperto.

Do brilho dos teus olhos que mais se pareciam com estrelas,

Da paixão que palpitava em meu peito e me fez viva constelação.

Da frenética busca da emoção,

Da espera sem exaustão.

Pôs-me a viver,

A fortuna de devaneios, de todo um veraneio,

Pôs-me a reviver

A mais linda sedução, com descontrolada aflição,

Quando então, apenas penso na idealização.

Mas de toda a paixão lascívia,

Nada resta concebido,

De um amor indolente,

Um amor sem precedente,

Um amor entre ausentes.

Nada resta de um amor frenético, amor patético.

De um amor idolatrado, amor eternizado,

De um amor que nesta ou noutra vida, me terá cativa,

Da louca paixão ainda sentida,

Da paixão ainda vivida.

selene
Enviado por selene em 11/05/2006
Código do texto: T154486