REQUIEM PARA A CANÇÃO*
Te sei tão pouco
como quase um louco:
Em mim porém,
serás sempre são.
Como quem inventou
a roda e o refrão.
Como quem cativou a rosa,
e na lua se fez dragão.
Te sei tão limite
como quase um palpite
sem opinião.
Em mim o refém,
será sempre o vilão.
Como quem capturou
da prosa a dor da paixão.
Como quem burlou as leis
e na trama traiu a razão
Te sei tão frágil
como quem quebra ágil
o som no violão.
Em mim o requiém,
será sempre pagão.
Como quem beijou
o corpo, me amou em comunhão.
Como quem sacramentou o acorde
e na loucura me fez canção...