Chora, celeste amigo!
Ontem o céu estava chorando.
Banhei-me em suas lágrimas
E ouvi o vento a cantar suas mágoas.
-Ontem o céu estava em prantos.
Raios se desprendiam do universo
Para, como rojões, distrairem o firmamento.
Nem esse espetáculo afastou sua dor,
Tampouco os trovões o consolaram.
Ontem, apesar de sua grandeza, o céu estava impotente
Pois não podia ajudar um casal de apaixonados
A se entenderem e viverem seu amor.
Observava os desencontros e nada podia fazer...
Não, não eram o sol e a lua a sofrer,
Pois eles têm o eclipse para poderem se beijar.
Éramos eu e tu, minha amada,
Que almas-gêmeas descobrimos não sermos...
Um abismo irrompeu entre nós,
Por pouco não levou nossas almas;
E separados para sempre iremos viver,
Atormentados por um amor
Que nem o céu ajudou a manter.
-Ontem o céu estava vestido em negro de luto...Chorando!