A cada verso teu
Há tempos, a vida como agora, não grita em mim.
Se há chuva, não ligo, quero o frescor de cada gota
molhando meu rosto, banhando meu querente corpo.
Se há sol, meu coração soa em júbilo, quase divino,
não fosse o prazer que invade e excita minha carne.
Há uma festa em meu universo desde os teus cantares.
Borboletas esvoaçam faceiras em minh’ alma,
Pousando, festivas, lépidos e lânguidos beijos.
Flores exalam seus perfumes no meu leito noturno,
adornam-me, tocam-me em breves ensejos.
Estrelas iluminam o caminho dos meus sonhos
levando-me ao aconchego dos teus braços no etéreo rumo.
Há tempos que os sonhos não são tão leves,
as cores não formam um caleidoscópio
de formas múltiplas a cada nova emoção,
como agora, sentidas nestes versos lidos à penumbra,
clareando os olhos salpicados de lágrimas
pelos sons em ópio, que vem da tua idílica canção.
Minha solitária tristeza afoga-se no teu amor,
para deixar emergir a alegria nascida a cada verso,
para nascer e morrer, morrer e nascer
quantas vezes preciso for neste prelúdio
onde os anjos cantam ao ouvir a tua voz,
até que, a rosa nascida em mim, pereça ao se ver a sós.
(respeite os direitos autorais)