A cada verso teu

Há tempos, a vida como agora, não grita em mim.

Se há chuva, não ligo, quero o frescor de cada gota

molhando meu rosto, banhando meu querente corpo.

Se há sol, meu coração soa em júbilo, quase divino,

não fosse o prazer que invade e excita minha carne.

Há uma festa em meu universo desde os teus cantares.

Borboletas esvoaçam faceiras em minh’ alma,

Pousando, festivas, lépidos e lânguidos beijos.

Flores exalam seus perfumes no meu leito noturno,

adornam-me, tocam-me em breves ensejos.

Estrelas iluminam o caminho dos meus sonhos

levando-me ao aconchego dos teus braços no etéreo rumo.

Há tempos que os sonhos não são tão leves,

as cores não formam um caleidoscópio

de formas múltiplas a cada nova emoção,

como agora, sentidas nestes versos lidos à penumbra,

clareando os olhos salpicados de lágrimas

pelos sons em ópio, que vem da tua idílica canção.

Minha solitária tristeza afoga-se no teu amor,

para deixar emergir a alegria nascida a cada verso,

para nascer e morrer, morrer e nascer

quantas vezes preciso for neste prelúdio

onde os anjos cantam ao ouvir a tua voz,

até que, a rosa nascida em mim, pereça ao se ver a sós.

(respeite os direitos autorais)

Regina SantAnna
Enviado por Regina SantAnna em 06/06/2006
Reeditado em 13/06/2006
Código do texto: T170730