Amor entre poetas

Ah, as obras poéticas,

Como são belas...

Cada um que a aprecia,

se imagina dentro delas.

As de dores, de escarnio,

de desejos, dedicatórias,

biográfica, tormentos,

reflexões, anedotas,

crônicas, pensamentos...

Mas nem sequer desconfiam,

que a cada obra criada,

Lá está alma do poeta.

Suspiram e imaginam:

quisera eu ter esse talento,

ou ser a musa que o inspira.

Julgando os autores como Deuses,

não sabem da sua agonia.

Em poemas feitos a quatro mãos

os dois tocam a caneta, o papel,

o tinteiro, o teclado...

Mas as mãos suaves,ou com calos

e os dedos longos ou arredondados,

só em pensamentos são tocados.

Enquanto amantes se entrelaçam,

o poeta abraça a taça e uma garrafa,

a poetisa não tendo o amado,

a si mesmo se agarra.

Despejam juntos textos, versos,

rimas, palavras...

Mas condenados, escravizados, não se abraçam.

Ela o chama de Fruto, ele a clama Princesa,

se dedicam mil poemas, juram amor eterno.

Ele aspira de longe o cheiro de pitanga,

o perfume que ela exala...

Ela fecha os olhos quando sopra um vento,

bagunça seus cabelos, imaginando que é ele,

acariciando de modo único, terno e intenso.

E assim segue, o amor entre os poetas,

só nas tintas, nas canetas, em rascunhos,

papeletas, com diferentes temas.

Princesa Lara
Enviado por Princesa Lara em 14/06/2006
Código do texto: T175248
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