O vôo do corvo.

A tua falta é como suplicio da noite

Um corvo revoando por sobre minha cabeça

Anunciando o início das trevas

Ou o reflorescer da rosa na floresta negra

A mesma floresta que plantamos

As mesmas rosas que não colhemos.

O tempo passa voando assim como o corvo

Mas a lembrança fica, na mente a persistir

A trazer para a vida tudo que ficou no passado

Morto e enterrado! Para ressuscita-lo.

Assim a sua imagem volta como sempre,

O seu cheiro penetra nas minhas narinas

Como se nunca tivesse sido expelido.

E a foto do seu rosto volta a iluminar minha vida

Meus sonhos, minha alma.

Há somente uma dúvida? Por onde você anda?

Com quem você está? E o que está fazendo?

O sentimento de ciúme e posse,

Dão lugar para o sentimento de perda e dor.

Mas a saudade, faz com que o corvo

Pouse sobre meu ombro, e descanse no meu peito

E como num passe de mágica,

Se transforme numa linda pomba branca,

Segurando em seu bico uma rosa!

A mesma rosa que não colhemos.

Seria um sinal de sua chegada ou de sua despedida.

Voe pomba,

Bata suas asas,

Plane no ar,

E alcance a liberdade

Ricardo Muzafir.

Ricardo Muzafir
Enviado por Ricardo Muzafir em 17/06/2006
Reeditado em 17/06/2006
Código do texto: T177130