ENSAIO 22

ENSAIO 22

Não cometa vícios

ouça tudo que te digo

e em nada acredite;

quantos perderam-se no mar

em busca de outros mundos!

Não há remar contra as palavras

e a poesia é uma ilha

onde tudo é permitido:

amar, morrer, matar e renascer,

filmes que já vimos

Nada quero, absolutamente,

que tu permitas —

só me interessa o proibido, o intocado

o inaudito

e o teu grito

No inverno as noites são mais longas

e os dias mais amenos;

os teus beijos de papel

tem sabor de celulose

só quero tua mão em um momento

vazia