Teu Olhar

A meiguice do teu olhar

É como o encanto silente

Do cair das folhas no outono.

Fitá-lo, mesmo de relance,

É tal qual embriagar-se

Do néctar sutil e místico

De chuvas de raios cintilantes.

Cruzá-lo mais de uma vez

É enveredar-se por labirintos.

É vagar por caminhos imprevisíveis

Em direção ao universo cósmico.

Senti-lo, é reconhecer-se cúmplice

Da sua dialética murmurante

Ou tornar-se desprezível

Ante o eco do seu silêncio.