Folhas mortas
Nas manhãs douradas de outono
Vejo a terra de folhas encoberta,
A névoa fria carrega o meu sono
Na aurora fria que o sol desperta.
Cada folha que o vento faz sucumbir
Com ela se vai o ciclo de uma vida,
É como um alguém que se vê partir
Levando uma história que já foi lida.
A história se foi como se vão os dias
Para cumprir uma sina já determinada,
E quando chegam essas noites frias
Com elas trazem saudades da amada.
O amor se foi e deixou a promessa
De que será rigoroso o meu inverno,
Mas que esta frieza não me impeça
De acreditar ainda num amor eterno.
Quando surgirem as primeiras flores
Anunciando a chegada da primavera,
Quero as suas pétalas e suas cores
Perfumando um amor que me espera.
Minha boca outras vezes deseja sorrir
Se depois do frio chegar o meu verão,
Quero ser como uma folha que ao cair
E mesmo morta ainda alimenta o chão.