O presépio
 
 
               De Edson Gonçalves Ferreira (provocação)
               E   Celina Figueiredo (réplica) 
             
e Susana Custódio (réplica internacional)
              e Milla Pereira (tréplica)

               Para todos os poetas e leitores do Recanto das Letras
 



 
Provocação I 
Sob o olhar atônito da Virgem,
O anjo anunciou
O princípio do mistério,
O milagre sem igual.
Deus se encarnaria
E feito criança, habitaria entre nós!...
_ “Eis a serva do Senhor”
A sublime e humildosa resposta não cala,
Ela se repete, até hoje,
Pelas mulheres amorosas
Que, numa doação plena,
Inauguram outros presépios
Anunciadas pelo Amor.
Enquanto isso, nós, pastores de pensamentos,
Somos como José, instrumento para principiar
O que não acaba.
Fazemos parte do amar sem cobrança:
A entrega absoluta.
Viver não pede explicação,
Só entrega
E Ele nos conduz
Por Seus caminhos impenetráveis.

 
 

Réplica I
Maria disse  SIM
E sua missão assumiu
À Luz do mundo assim
Deu-nos Jesus, seu Filho amado.
No silêncio de José,
Na ternura de Maria,
Cresceu belo o Menino.
Entre mesas e banquinhos,
Entre serras e martelos,
Foi, aos poucos, construindo
O seu reino de amor,
Para nos legar um dia.

 
 
 
 
Provocação II:
E com o coração de menino, Jesus cresceu,
Assumiu a Sua missão,
Ensinou-nos a amar o próximo
Como a nós mesmo.
Por isso, na Cruz morreu.
A ternura da Criança encheu o coração de um santo
Que, querendo reviver o milagre sem igual,
Construiu o primeiro presépio.
Colocou Maria e José,
Colocou os Reis Magos,
Colocou os pastores,
Colocou os animais
E ficou faltando só o Deus Infante!

 
 
  
Réplica II
Da manjedoura se acercou
Francisco cheio de fé
E um bebê a sorrir
Dentro dela vislumbrou.
Com carinho e ternura,
Em seus braços O tomou 
E num gesto de amor
Seu corpinho  embalou.
As barbas de Francisco
A Criança alisou.
Foi, então, que o bom irmão
Sentiu nele o Deus-Menino,
O doce filho de Maria,
Que sua bênção lhe trazia.

 
 
 
Provocação III:
Sim, foi São Chiquinho quem criou
O primeiro presépio do mundo,
A História Sacra confirma tudo...
Não sabemos quantos personagens colocou,
Mas Jesus em carne e osso apareceu...
O milagre sem igual repetido
Aos olhos incrédulos do povão que se reuniu
Para ver o nascimento mais famoso revivido.
Quiçá, um coro celeste não tenha cantado
Pelo menos para os ouvidos mais aguçados
De quem sabe que Deus canta
O tempo todo através de tudo
De tudo o quanto existe
E faz parte da Natureza
Que se renova até no nosso ser
Quando se sabe amar e se tem o amor divino.

 
 
 
 
Réplica III:
Vamos todos nos unir
Em torno do Menino,
Aos céus, entoar um hino
De amor e de louvor.
Pedir-Lhe que dê ao mundo,
A paz tão desejada
E que os povos irmanados
Repartam com seus irmãos
O pão do amor,
O vinho do perdão.

 
 
Provocação internacional:
Em quantos presépios, Jesus nasce?
Nosso olhar até se perde
E há um choro de criança em toda parte.
Jesus renasce assumindo nossa frágil humanidade
Aqui, ali, acolá,
Branco, amarelo, negro...
De olhos arredondados ou puxados,
De cabelo multicor,
Mas com o olhar inconfundível
Do Filho do Pai
Do Pai nosso que está nos Céus
E santificado seja a Sua Vontade.
Enquanto isso, sob o coro dos anjos
-- Calem-se o coração e escutem --
Eles estão cantando:
“Paz na terra aos homens de boa vontade.”

 
 


Réplica internacional:
Jesus renasce todos os anos
Em todos os presépios que o olhar alcança.
Em África, vimos alguns em cor preta
E sorrisos no rosto de cada criança.
Em cada presépio, podemos ver como o Menino nasceu
Na maior simplicidade e todos O foram adorar.
Jamais, esqueceremos que, mais tarde,
Por nós Ele na Cruz morreu...
Assim diante de todos os presépios,
Deveremos rezar
E junto com os anjos, o mundo irá cantar
Acabem com a fome e com a guerra
Não morra a esperança de que, um dia,
Os homens de boa vontade esses cânticos possam escutar:
“Glória a Deus, glória a Deus nas alturas
E paz na terra aos homens de boa vontade.”



Tréplica:

Jesus é a Luz perene
Que ilumina os caminhos
Do rico e do peregrino
Sem divisão de classes/
Nasceu em estrebaria
Viveu na humildade
Embora fosse o príncipe da Tribo de Judá
Ensinando a caridade
O amor e a bondade
Um dia, quem não entendeu
Sua palavra divina
Da cruz fez seu apogeu
E a Sua palavra não se perdeu
Nos montes e nas colinas
Ressoa, até hoje, no jardim dos nossos corações.

 

edson gonçalves ferreira
Enviado por edson gonçalves ferreira em 11/12/2009
Reeditado em 20/12/2009
Código do texto: T1972562
Classificação de conteúdo: seguro
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