À pequena joaninha
Não, eu não sei gostar de ninguém.
Eu não sei ser nada, além do que eu sou.
Distante, na defensiva. E sincera, porém.
Que graça há nisso?
Eu não jogo para ganhar.
Talvez eu nunca tenha ganhado neste jogo.
O que eu vi no coração humano foi suficiente para me afastar.
Não me faça sangrar você.
E não é apenas a covardia que me faz refugiar. Sem qualquer esperança.
É medo, é incerteza, talvez falta de confiança.
E eu não estou preparada para sair daqui.
Não insista em aproximar.
A escuridão dentro desta redoma é fria, mas é meu lar.
E este isolamento você não deveria querer visitar.
Não deixe o escuro encobrir suas cores, pequena joaninha.
E não há chama que sobreviva aqui, sem oxigênio para alimentar.
E sair daqui...
Sinto muito, não dá.
Por mais perdidas sejam minhas palavras,
Por mais codificadas elas pareçam,
Elas só querem te poupar.
Portanto,
Voe para longe.
Leve sua personificação para onde possa brilhar.
Neste jardim só há solidão.