A balança

Eu consigo me resumir ao ponto mais infimo da existência

Ser lixo bem acalcado para não ocupar espaço

Consigo ser dor em cada centimetro de meu corpo

Ser corda ao pescoço, lâmina nos pulsos...

Tu consegues me expandir, me fazer infindo, além de um ponto

Sabes ir buscar ao lixo a minha vida amarrotada e clamá-la

Consegues ser amor em cada milímetro da minha alma

Ser apoio e alegria, escova nos cabelos, carinho no rosto...

O meu maior desgosto é este meio termo, é este não ser nada

É este estar, este ficar sentado olhando uma balança equilibrada.

É ver-te sentada num prato e eu no outro esperando

Que em algum momento de desiquilibrio te precipites me amando.

TrabisDeMentia
Enviado por TrabisDeMentia em 30/07/2006
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