FAZES FALTA...

Fazes falta...

E não sabes, não percebes

a atitude incauta,

sem vontade de quebrar os pratos.

Mas querendo sim, rasgar os trapos,

derramar as tintas, resgatar o arco-íris...

Fazes falta...

E não entendes, não pretendes

desvendar mistérios de faquires,

que ensandecidos,

equilibram-se em fiapos...

Fazes falta...

Ah, como fazes falta...

E não vês nem lês

outros olhos que te buscam,

ocultos, e auscultam tua alma

em sorrisos amarelecidos...

Fazes falta...

Sim, fazes muita falta!

E não sabes, não percebes

o tom dos gemidos contidos,

o som dos suspiros retidos

pra não macular...

Fazes falta...

E não entendes, não pretendes

abrir mares pra emoção atravessar.

Pois, quando soa a última nota do fado,

vê-se que esse é um andar desacompanhado...

Fazes falta...

São tantos, e incontáveis, os perigos.

Mas, onde tu estás?

E aonde encontro meus amigos?

Não alcanço mais ninguém

então, quero te dizer,

antes que te vás também,

que fazes falta... Muita falta!

Tânia Regina Voigt
Enviado por Tânia Regina Voigt em 28/01/2010
Reeditado em 16/01/2015
Código do texto: T2055089
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