INEXISTÊNCIA

De novo, correu de mim o tempo,

enquanto estivestes ao meu lado

abraços, mãos, toques

quisera eu que tudo fosse infindo

pra manter tua presença

aqui sempre comigo

Quando estás comigo

Sinto que tenho o tudo

sou feliz, vivo e completo

nada mais preciso além de ti

mas quando vais embora,

fica o silêncio da tua ausência

que me grita a alma incessante

sinto me perdido, de ti necessito

dói me a alma, por pura abstinência de ti

Eu te quero com tamanha loucura (meu desejo é tanto)

que até adoeço em pensar estratégias

e maneiras furtivas de manter-te comigo

depois que vais embora

o tudo que eu tinha

transforma-se em partes deliciosas tuas

que guardo quieto nas lembranças

arquiteto calado, penso: como manter teu cheiro comigo ?

não...não mais quero sentir outros cheiros !

arquiteto...como manter teu gosto em minha boca ?

nem água hei de beber para não me desvencilhar de teu gosto !

arquiteto...como manter teu calor em meu corpo ?

se tua ausência me traz tanto frio ? sofro !

angustiado ainda...como manter teu sorriso, teu olhar, tua voz ?

nessa hora é que percebo

o quanto já vives dentro de mim

tu és presença infinda que me toma o tudo

tomas a alma, o desejo, a dor...

vejo então que tu és o tudo

e eu, sem ti, que nada era

pouco e ainda mais, deixo de ser

Adriana Alves (Poetisa Lancinante)
Enviado por Adriana Alves (Poetisa Lancinante) em 11/03/2010
Código do texto: T2132416
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