Ode à Rubelita

Não me invejam os parisienses

Só porque têm a torre Eiffel,

Pois que sou rubelitense,

Nasci quase nas cercanias do céu.

Nem tampouco padeço de cobiça

Pela estátua da liberdade novaiorquina;

Contentam-me os ares de Rubelita

E a beleza natural de suas meninas.

Embora me embeveça a suntuosidade

Medieval do londrino Big Ben.

Mais alvissareiro me faz a proximidade

De retorno à cidade de meu bem.

Tenho sonhos de conhecer os continentes:

Maravilhas como Niágara, Taj Mahal e Pequim.

E um anseio maior, singular e intermitente,

De enamorar a lua sob a copa do pé de “tamarin”.

Ah, Rubelita!

E saber que um ponto minúsculo,

Quase imperceptível no mapa tupiniquim;

Atordoa-me de saudade, pois que é crepúsculo

O viver, tendo-te tão longe de mim!

Ah, Rubelita!

Sob tua geografia de alterosas,

Quanta riqueza intacta! Turmalinas, diamantes e rubis.

A fluência dialética sábia e simples num dedo de prosa

À sombra do Tamarindeiro que eterniza em ti.

Por tudo isso, agora que vivo à distância,

Tornei-me, do tempo, um exímio contador;

A tua foto sobre a mesa é ínfima lembrança

De ti, vez que por ti, tenho desmedido amor.

Cid Rodrigues Rubelita