Sem nenhum escrúpulo

Na dor que resides, sem escrúpulos

Como se fosse eu

Um monte de mulheres,

Escolhes – por dia, por noite-

E apertas o nó, como rede,

Pescando meus sentidos

No meu ser.

Aceito. Permito.

Concedo ser muitas

Para ficar viva.

Escondo minha alma

No meio de todas,

Fantástica tática

Passando escondida.

Reclamas, desdenhas.

A escolha é pequena

Também infinita.

Não quero o geral, o visível,

Isso mataria.

Desdenho, reclamo-

Mantenho-me viva.

Aceito e permito

Ficar despercebida.

Mas sei que palpito:

Roubei teu perfume

Enquanto dormias, tua alma

Teu peito de homem, tua vida

E fiz as bruxarias naturais das mulheres:

Enfeiticei tua dor, meu amor,

como tu, a minha.

Escondida.

Marieta
Enviado por Marieta em 12/08/2006
Código do texto: T214650