Cacos de Vidro
Quando me apaixonei por teu sorriso,
Na mesma noite, tive um quase-sonho:
Abria um mar de vidro,
Entrava no teu mundo,
E cacos de amor cortavam fundo.
Eu, já desacordado, achei meu rumo
Na força lancinante do teu beijo.
Hoje eu (de um ego imenso!)
Envolto em teu silêncio,
Me calo e me entrego ao teu desejo.
E quando o amor-rotina entrar em cena,
Transformando em prosa livre este poema,
Que o sonho vire lenda,
E os cacos virem taças,
Brindando o amor que, enfim, valeu a pena.
(João Macambyra)