ESCONDIDA DO TEMPO
ESCONDIDA DO TEMPO
De ternura me visto, de solidão os meus olhos choram.
Deito-me na pedra do rio que corre
e sinto o teu cheiro misturado na água cristalina
e visto-me de amante para te esperar.
Revolto os trapos e tapo a minha nudez
que o luar beija noite após noite.
De nada serve a nudez a pele cheirando a rosas brancas
se os teus olhos se escondem do tempo,
do nosso tempo.
Na gaveta escondo saudade, luar e mãos de poeta
que ontem me afagaram a face.
Guardo tambem
os beijos de amantes.
Oh saudade e desvario, oh nudez coberta de mil pétalas
oh cansaço de viver amando-te sempre
e tão só.
Assim me escondo do tempo e, tambem
de ti, saudade...
Amália LOPES
Maio 24/2009