No Estuário
Tere Penhabe

Será doce te esperar...
paciente como a lua espera o sol
enfeitando-se no espelho do universo... o mar...
e quando você chegar...

Iremos pela praia, em silêncio talvez
porque palavras tornam-se desnecessárias
quando a alma sente os versos que cantou
o coração se vê inundado pelo amor!

Estaremos sós, nós e a imensidão do mar
a nos contar histórias de amores e magia
transportadas por suas vagas infindas
em corações repletos de esperanças...

que chegaram aqui, de algum lugar, um dia.
Em vôos suaves, gaivotas nos farão companhia
como se festejassem conosco essa alegria
como se fossem nossos versos, nossas rimas...

Eu tocarei seu rosto, seus lábios, seus olhos
deixarás que eu me certifique de que existe
porque ver não será suficiente, os olhos mentem
deixarás que eu sinta, cada pedacinho teu...

E as mãos... será mágico tocar tuas mãos
apertá-las junto ao peito, meio sem jeito
mas atrevida o suficiente para querê-las
mais e mais num abraço, que já vem o ocaso...

O céu tinge-se de vermelho sobre o mar
quadro que ninguém jamais conseguiu pintar
acrescido de nós dois e do nosso abraço
sem medo, sem pressa, sem cansaço...

Enquanto espero, que ainda não é o momento
estejas certo que estaremos nós dois, eu e o mar
cúmplices dos mesmos anseios e esperanças
guardando aqui no estuário, o teu lugar...

Santos, 02.08.2006_10:30 hs