abismo
ás vezes sinto-te tão sozinha e perdida
como se procurasse algo mais longe do que o olhar alcança
uma espécie de dor de cabeça que nos vira a vida do avesso
como se nada mais importasse
a queda do abismo
o salto mortal para a vida
Viver
viver sem quezílias
com o amor que trazes no fundo dos olhos
o mergulho final
o salto
o desequilíbrio
posso cair
morrer
desfazer o corpo
ao encontro da libertação da alma
a vida
a anestesia do corpo que se desfaz num corpo diferente do teu
na sabedoria da outra margem do rio
ás vezes sinto-me como se nada importasse
o grito
o rasgo
a margem
encontro-me no fundo da agua afogada em mágoas que desapareceram,
pouco me importa….Pouco me importa