Poema brasileiro
 
            de  Edson Gonçalves Ferreira
            para Susana Custódio, Joaquim Evônio,
            Zé Albano, Malubarni, Ivone Vairinho,
            Isabel Silvestre, Joakin e Anabela Santos,
            Henricabílio, Pinhal Dias, Isabel Fontes,
            Be Cabrita, Maria Efigênia Coutinho,
            Isabel Silvestre, Jorge Brissos, Luís
            Felipe Mota e poetas do Recanto


 
 
I
Sou poeta brasileiro
Minha poesia tem a plasticidade de Carmem Miranda
A sensualidade morena do nosso povo encantador
E a musicalidade do maxixe, do frevo, do samba
E a doçura dos tabuleiros de cocadas
E a fragrância doce da brisa do mar
Quando sopra sobre os coqueirais...



 
II
Sou poeta brasileiro
E minha poesia tem o dualismo das obras de Aleijadinho
Ao mesmo tempo em que falo de Deus, exalto os feitos humanos
E, assim, meus versos são também apetitosos
Tão apetitosos e cheirosos como pães de queijo quentinhos
Que, a qualquer hora do dia, são servidos
Nas ruelas de minha Minas Gerais
Onde, ao saborear, dizemos:
_ Uai, que trem bão, sô!


e
                                                                                                                                                 
III                                                                           
Sou poeta brasileiro
E minha poesia reflete cada pedaço desses Brasis
Cantados por Cunha, Rosa e Monteiro Lobato
Meus versos são tão plurais quanto o meu povo
Que “não foge à luta, nem teme, quem te adora,a própria morte”
E sobrevive com galhardia debaixo de um sol quente
Tão quente como meu sangue que esquenta por ti.

 
 
 
IV
Sim, eu sou poeta brasileiro
E o meu poetar reflete não só o Brasil
Afinal, meu país comunga com todo o mundo
Meu povo já abraçou todas as nacionalidades
E, assim, meus versos são universais quanto o meu modo de ser
Capaz de cantar um tango, um fado, um clássico
A vida é apenas uma canção polifônica
Tão plural quanto é o meu ser e o da minha gente querida
Que sorrindo, quando recebe alguém, pergunta:
_ Aceita um cafezinho, ´ceita?

 


 O poeta, na caricatura de Ziraldo, oferece-lhe um cafezinho com pão
de queijo feito na horinha, ´cê aceita?


Divinópolis, 06.09.2010

 

edson gonçalves ferreira
Enviado por edson gonçalves ferreira em 08/09/2010
Reeditado em 09/09/2010
Código do texto: T2486342
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