VELA VERMELHA
VELA VERMELHA
A nudez das palavras te assusta.
A minha liberdade fechou a tua prepotência.
Resta um mistério dolorido, e o
meu corpo dessarumado.
Mas, no fascínio deste tango que
não dançámos, ouvirás os acordes duma paixão
soltando-se na noite dos infieis.
Serei eu a DEUSA a descansar
na folhagem da tua sombra, e nos teus
abraços vazios de paixão.
E no florir de mais um dia, passo por ti
sem te olhar, e dos teus olhos cairá uma lágrima
que vai chorar por dentro dessa pele ressequida
da tua existência mal amada.
Os gestos vazios de sentindo serão a
companhia nas tuas noites nos lençóis brancos
e das paredes que falam da minha nudez.
Não te conheço mais no espelho da minha
imagem, não sinto mais o ritual dum orgasmo sem nome...
Apaga a vela vermelha, o filme acabou...
POETISA DA SAUDADE